quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Em discurso na Casa Branca, papa pede mudança social pelo clima

  • Francisco é recebido pelo presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca
O papa Francisco defendeu nesta quarta-feira (23), durante discurso na Casa Branca, um amplo movimento de mudança social em prol do clima -- um problema, que, segundo ele, "não podemos deixar para uma geração futura".
"No que diz respeito ao cuidado com nossa casa, estamos vivendo um momento crítico na história", afirmou Francisco. "Ainda temos de fazer as mudanças necessárias para trazer um desenvolvimento integral e sustentável, pois sabemos que as coisas podem mudar."
O papa elogiou uma iniciativa do governo Barack Obama para reduzir a poluição do ar, citando em seguida o reverendo Martin Luther King.
"Mudanças assim exigem de nossa parte um reconhecimento sério e responsável não só do tipo de mundo que vamos deixar para nossas crianças, mas também aos milhões de pessoas vivendo sob um sistema que as negligenciou. (...) Para usar uma frase reveladora do reverendo Martin Luther King, nós podemos dizer que não cumprimos uma nota promissória, e esta é a hora de honrá-la", afirmou o pontífice.
O papa Francisco elogiou ainda os esforços de Obama para "reparar as relações rompidas" -- uma possível alusão às negociações com Cuba e com o Irã.
Esses esforços "são passos positivos na via da reconciliação, a justiça e a liberdade", disse.
Em visita oficial aos EUA, Francisco foi recebido pelo presidente Barack Obama e sua mulher, Michelle Obama. Do balcão da Casa Branca, os três acenaram a um público de cerca de 15 mil convidados presentes no Rose Garden.
Obama, primeiro a se pronunciar, abriu a cerimônia com bom humor, dizendo ao papa: "Esta é sua primeira visita aos EUA. E o senhor é também o primeiro pontífice a compartilhar uma encíclica por uma conta no Twitter".
O presidente americano fez vários elogios a Francisco por suas mensagens enquanto líder religioso e exaltou a importância de seu posicionamento crítico em relação a temas de grande repercussão internacional, como a guerra na Síria.  
"Vemos um exemplo vivo dos ensinamentos de Cristo", disse Obama. "O senhor nos lembra do custo da guerra, principalmente para os mais fracos".
A intermediação do pontífice na reaproximação entre Cuba e os EUA também foi louvada pelo presidente, que enalteceu a humildade e generosidade de Francisco, com suas "mensagens de amor e esperança, que inspiram o mundo todo".
"O porte e o espírito do encontro de hoje é apenas um pequeno reflexo da profunda devoção dos 70 milhões de católicos americanos e a maneira que sua mensagem de amor e esperança inspirou tantas pessoas em nosso país e no mundo", afirmou.
Pouco antes do início da cerimônia, a conta do presidente americano no Twitter já havia postado uma simpática mensagem: "Bem-vindo à Casa Branca, @Pontifex. Suas mensagens de amor, esperança e paz têm inspirado a todos nós."

 Francisco e Obama mantiveram uma reunião privada no Salão Oval. Logo depois, o líder católico percorreu alguns quarteirões na região da Casa Branca dentro do papamóvel, onde milhares o esperavam. O papa chegou aos EUA na noite de terça-feira para cinco dias de compromissos no país.

Na manhã de hoje, por volta de 9h no horário local (10h em Brasília), ao sair da Nunciatura Apostólica para o evento ao lado do chefe de Estado americano, Francisco caminhou na rua e se aproximou dos vários fiéis que ali o aguardavam.
O papa cumprimentou e beijou algumas pessoas, acompanhado de poucos seguranças, sorridente e receptivo, como de costume.
Ainda nesta quarta-feira o papa presidirá a canonização do franciscano Junípero Serra. 

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