domingo, 14 de julho de 2013

QUE MARANHÃO QUEREMOS?

Por: Luciano Matias

O Maranhão é um Estado que ainda conserva, bem claramente, a relação Casa Grande/Senzala. Temos uma oligarquia,que manda neste pedaço de terra brasileira há cinco décadas.Esta oligarquia se instalou em nome de uma mudança,que prometia, e do combate ao vitorinismo.

Ocorre porém, que as práticas aqui existentes só consolidaram e aprofundaram a estrutura arcaica do coronelismo piegas, do patrimonialismo estatal, do clientelismo e do favorecimento de alguns, privilegiados pela bênção de São Sarney,um católico inveterado,por sinal.

Nestas últimas cinco décadas, o Maranhão serviu de arcabouço para um esquema de enriquecimento ilícito, a custa do suor e da miséria do povo maranhense.Houve mudanças? sim,houve mudanças de nomes daqueles que sentaram na cadeira(do governo pseudodemocrático) que fica ao lado do trono do Rei(verdadeiro déspota "esclarecido"?). O "dono do mar" é sempre o mesmo.Essa regra teve exceções,como a ruptura de José Reinaldo e a vitória  de Jackson Lago,logo logo defenestrado do cargo que o povo lhe entregou, por uma ordem oligárquica, revestida de jurisdição.

O Maranhão das casas de taipa,reprodução das senzalas, é o verdadeiro Maranhão, pelo menos daqueles que lutam diariamente,que saem de casa na madrugada para, construir sua rocinha de toco,porque para os oligarcas, o único Maranhão que importa é o do Calhau,dos bairros nobres,dos aliados subalternos,dos senhores de engenho modernos,dos empresários que definem eleições.

Uma toada do bumba-meu-boi,riquíssima tradição cultural do nosso Estado, afirma:" Maranhão,meu tesouro, meu torrão...terra do babaçu,que a natureza cultiva,e essa herança,foi deixada por nossos avós,hoje cultivada por nós,pra cumprir tua história Maranhão". Porém a terra do babaçu, também é a terra do latifúndio, e essa riqueza natural é negada aos pobres, às quebradeiras de coco, tornou-se propriedade de alguns.Palmeiras, em sua maioria derrubada para dar lugar ao capim do boi e não ao pão do homens e mulheres desta querida terra.

Mas o destino está em nossas mãos e, o povo maranhense tem demonstrado que a política arcaica do pão e circo, pode estar perto do fim. Está em nossas mãos eliminar a relação casa grande/senzala. está em nossas mãos a caneta da escrita de uma nova história,  a história da educação para todos, da saúde de qualidade, da distribuição de terra, da oferta de emprego.

Façamos a nossa história com as nossas próprias mãos e não pela manipulação daqueles que pensam só em si e em sua ilha de exploração.

O Maranhão é de todos nós, vamos à luta e a liberdade haverá!

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