quarta-feira, 26 de março de 2014

Em auditório lotado de militantes, PSOL oficializa pré-candidatura à Presidência da República


Ato reúne centenas de pessoas na noite desta segunda-feira (24), em São Paulo, no lançamento das candidaturas de Randolfe Rodrigues, como pré-candidato a presidente, e de Luciana Genro, como pré-candidata a vice-presidente da República. Militantes do PSOL, apoiadores e parlamentares marcaram presença para dar o seu apoio à chapa.


Foto: Mídia Ninja
Leonor Costa, do site do PSOL Nacional

O grande salão do Clube Trasmontano, no centro de São Paulo, ficou pequeno na noite desta segunda-feira (24) para a quantidade de militantes e apoiadores do PSOL que lá estiveram para prestigiar o ato de lançamento da pré-candidatura do partido à Presidência da República. Centenas de pessoas de várias regiões do país, entre jovens estudantes, trabalhadores, militantes sociais e parlamentares fizeram parte de um dos momentos mais importantes para o partido neste ano: o lançamento dos nomes do senador Randolfe Rodrigues, como pré-candidato a presidente; e da ex-deputada federal Luciana Genro, como pré-candidata a vice-presidente nas eleições de outubro próximo. E a disposição de quem esteve no ato aponta que a militância vai atender ao chamado do partido e se engajar na campanha que vai apresentar as reais propostas de mudança para o país.               
 
Precedido de uma entrevista coletiva com a imprensa, além dos dois pré-candidatos, o ato contou com a presença do presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo, dos deputados federais Ivan Valente, Chico Alencar e Jean Wyllys, dos deputados estaduais Marcelo Freixo, Janira Rocha, Carlos Giannazi e Edmilson Rodrigues, do prefeito de Macapá, Clécio Luiz, de vereadores, presidentes de diretórios estaduais e pré-candidatos do PSOL a governos estaduais, além de militantes da própria capital paulista e de outros estados, que foram levar o seu apoio a Randolfe e Luciana. As saudações dos convidados aos pré-candidatos eram constantemente interrompidas por aplausos e palavras de ordem da plateia, empolgada com esse importante passo que o partido está tomando na incansável luta em defesa de uma nova sociedade.
 
Construção do programa
No ato político de ontem, o PSOL também deu a largada para o processo de elaboração do programa de governo, que será apresentado ao país nos próximos meses. Para isso, o partido definiu um calendário de seminários temáticos, que ocorrerão no período de março a maio, visando à elaboração do programa. Os temas abordados nos seminários, que terão a presença de militantes do partido e de outras organizações sociais, além de acadêmicos, são: política econômica e modelo de desenvolvimento; meio ambiente; mobilidade urbana; saúde e saneamento; educação e cultura; reforma agrária e política agrícola; segurança pública; direitos humanos e política de gênero; democracia, participação popular e democratização da comunicação; trabalho e emprego; e direito à cidade e às políticas urbanas (habitação, saneamento, reforma urbana, etc). As cidades que inicialmente serão sedes dos debates do PSOL são Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife, Belém, Macapá, Natal e São Luís.
 
O primeiro seminário será no dia 18 de março, em Brasília, que vai abordar o tema “Democracia direta, participação popular e democratização dos meios de comunicação”. Segundo Luiz Araújo, presidente nacional do partido, será lançado um portal, denominado de “Plataforma 50”, para receber contribuições de todas as pessoas interessadas em contribuir com o programa do partido. “Vamos construir um programa que mobilize a militância, da mesma forma que a campanha, certamente esse será um instrumento de mobilização”. Para Araújo, a chapa apresentada ontem representa o grau de unidade do partido. “Isso é muito importante para que essa campanha ganhe as ruas e conquiste os corações”, disse Luiz Araújo, em sua intervenção,
 
“O que tem de novidade é a chapa do PSOL”
A pré-candidata a vice-presidente, Luciana Genro, iniciou sua fala fazendo um agradecimento pela oportunidade de compor a chapa à Presidência da República, juntamente com Randolfe, e a ajudar a “construir essa síntese”, que, segundo ela, é o próprio PSOL. “Essa é mais que uma chapa, é uma síntese do PSOL, que é essa diversidade de quadros políticos, de militantes sociais, de lutadores que não temem enfrentar os piores desafios e também os mais belos desafios para defender uma ideia, para defender a política como um instrumento de transformação e não como um balcão de negócios. E a construção de um projeto político na diversidade é muito importante para esse momento em que estamos vivendo”, disse. Para Luciana, o programa a ser apresentado pelo PSOL nas eleições de outubro precisa contemplar os anseios que vieram das ruas nas manifestações realizadas em todo o país no mês de junho passado. “Junho eclodiu no Brasil a indignação que já havia eclodido em tantos outros lugares do mundo. E junho foi um acontecimento para nós, do PSOL, extramente importante, ao qual nós devemos fidelidade. E o que é ser fiel a junho? É aproveitar todas as oportunidades que a gente tem para defender as nossas bandeiras. É não temer o escândalo. Porque, para a classe dominante é um escândalo nós defendermos a auditoria e a suspensão do pagamento da dívida pública. É um escândalo afrontar os mercados. É um escândalo defender o imposto sobre as grandes fortunas e dizer que é possível, sim, fazer a tarifa zero”, enfatizou a pré-candidata.
 
“Eu quero cumprimentar todos os companheiros do Rio, que foram criminalizados, porque o nosso partido é pequeno, mas já dá um trabalho enorme para os poderosos desse país”, disse o pré-candidato, ao iniciar sua fala de encerramento do ato desta segunda-feira (24), se referindo aos companheiros do Rio, especificamente ao deputado estadual Marcelo Freixo, que foi vítima recentemente de falsas acusações de veículos da grande imprensa, especialmente das Organizações Globo. Já na entrevista coletiva com a imprensa, realizada antes do ato, Randolfe reafirmou que a candidatura do PSOL será a única capaz de apresentar as propostas de mudanças exigidas pela sociedade nas manifestações de junho e que enfrentará os interesses do mercado financeiro. Ele foi enfático ao dizer que pela primeira vez, nas últimas décadas, o país terá a oportunidade de ter um governo sem aliança com o PMDB. “A gente quer dar ao povo brasileiro a oportunidade de, pela primeira vez, em 50 anos ter uma governabilidade sem José Sarney e Paulo Maluf”.
 
Perguntado pelos jornalistas sobre qual seria a sua avaliação da candidatura já anunciada de Eduardo Campos e Marina Silva, pelo PSB, Randolfe disse que trata-se de uma “terceira via acoplada a um velho projeto” e que não traz qualquer novidade. “O novo está aqui. O Eduardo Campos não tem novidade nenhuma, ele fez uma aliança com o Inocêncio Oliveira. Se isso é o novo, então nós precisamos voltar a aprender o que é a história do Brasil, porque esse tipo de aliança representa uma aliança com os velhos setores da política do Brasil. O que tem de novidade nestas eleições presidenciais é a chapa do PSOL”, apontou.
 
“No futuro, os historiadores dirão o papel histórico que nós cumprimos. E o papel histórico nas três eleições presidenciais que nós vamos cumprir. O papel que nós cumprimos nessa década, em que houve a acomodação e a conversão de uns ao poder. O papel que cumpriu a candidatura de Heloísa Helena, em 2006, a de Plínio (de Arruda Sampaio) em 2010 e o que cumprirá a minha e a de Luciana para mudar o Brasil, agora em 2014”, finalizou o pré-candidato a presidente pelo PSOL.
 
Assista ao vídeo completo, gravado pelo coletivo Fora do Eixo/Pós TV, com a entrevista coletiva e o ato de lançamento da pré-candidatura.

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